quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Eu, rio de mim.

Você vai aprender, filho. Que na vida a gente às vezes pensa coisas horríveis. Eu, por exemplo, quando só pensava em engravidar de novo depois de dois abortos, olhava uma grávida na rua e dizia "Por que ela pode e eu não?" Anos depois, quem diria, eu passearia pelas ruas empinando a barriga, com você embrulhadinho lá dentro. Então perdi seu pai. Como, se você ainda nem tinha nascido? E ao olhar uma gestante passei então a pensar: "Garanto que ela deve ter marido". O ser humano é muito engraçado. Vê antes a falta do que a presença. Ainda bem que eu sei rir de mim. Ainda bem que você ri pra mim.

4 comentários:

Ana Paula Prado disse...

Não quero fazer humor negro e nem te "consolar", mas já conheci gente que perdeu o marido e o filho que esperava.Sempre tem alguém pior que a gente!

Anônimo disse...

Você ri de você mesma, o Francisco ri para você, e nós amamos você mais a cada dia!

Anônimo disse...

Não,não nos conhecemos e acaso ..não sei,eu prefiro pensar em sincronismo ,mas claro que podemos (acho que devemos) nos conhecer ...apesar de um oceano nos rodear(para continuar não perdendo a poesia)..ou não,talvez a gente se escreva e nunca se encontre ,tal qual Cecile e Tchaikovsky (ela foi a mecenas dele,se falaram intensamente através de cartas e nunca se encontraram pessoalmente).Pensando bem (e no final da correspondência entre eles)um oceano é quase nada (rsrsrs) e qualquer 10 horas de TAP resolvem essa distância...
Anyway,foi através da moda.
Bjs Renata

Anônimo disse...

Sei bem como é. Perdi meu primeiro filho e sempre penso dessa forma. E sempre penso em como ele seria. Sempre gostei tanto de crianças, sempre tinha que carregar um bebezinho que via e agora fujo deles para não ter nenhum pensamento assim ou ficar ainda mais triste por não ter meu filho.