segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Vivo.

Sua avó escreveu uma cartinha pra mim e me entregou nesse fim de semana. Tinha tanto amor nessa cartinha, filho. E apesar de ter feito latejar a minha dor pela falta do seu pai, me trouxe uma alegria de perceber que a falta também traz presentes. Ela falou da dor dela pela falta do filho, mas terminou a carta declarando o amor dela por nós dois – você e eu. Amor plenamente correspondido. Olhando para essa amiga-mãe que conheço e gosto mais a cada dia, vejo o seu pai declarando amor por nós. Um amor que não morreu com ele, porque é mais forte que a vida.

5 comentários:

raquel medeiros disse...

Tenho vindo sempre aqui, e impressionante como as palavras podem ser tanto (como as suas) e às vezes tão pouco(como combinar alguma pra comentar à altura de tudo aqui).

eu tenho um carinho muito grande por esse cantinho e desejo o melhor pra você e para o Francisco.

beijo grande

Anônimo disse...

Olá, Cristiana,
Conheci o 'Hoje Vou Assim' através da Oficina de Estilo, e passei a acompanhar diariamente suas produções lindas. Daí a encontrar esse cantinho, foi um pulo. Li tudo de uma vez, e não pude deixar de comentar como fiquei profundamente emocionada. Todos nós passamos por perdas, cada qual na sua medida e contexto. Mas nem todos nós conseguimos transformar as perdas em palavras doces, em poesia, como vc conseguiu. Queria registrar minha profunda admiração, e desejar tudo de melhor pra você e pro seu filho lindo!
ps: se não for inapropriado perguntar, gostaria de saber o que a levou a dividir com o mundo um universo tão delicado e particular?

Pequena disse...

Raquel, quanto carinho.

Amanda, na verdade me deram essa idéia logo depois que perdi o Gui e achei meio sem sentido. Mas depois fiquei com vontade de falar para as pessoas e, através delas, deixar um arquivo para o Francisco. Fazer uma memória mesmo sobre o pai dele, externando o quanto a nossa relação foi intensa e linda. E o que começou com um texto quando fez seis meses da morte do Gui acabou virando um blog que toca as pessoas. Isso é maravilhoso pra mim. Transformar dor e falta em textos que tocam, em encontros e reflexões que levam as pessoas a viver melhor suas vidas. E poder falar sobre o meu amor, que não morreu com ele. Escrever é tudo de bom. Ser lida é um presente.

um beijo, venha sempre.

Anônimo disse...

Que bacana, Cristiana! Saiba que deu muito certo! Lendo suas reflexões, parei para pensar em muitas coisas da minha própria vida (como acredito que acontece com todos os que lêem esses textos lindos!), e, assim, você acaba transformando sua tristeza em um diálogo com todos nós que passamos por aqui. E digo uma coisa: Francisco tem muita sorte por ter uma mãe sensível, inteligente, com grande talento literário (pois você esvreve bem demais!), e de quebra, estilosíssima como você.

Pequena disse...

:) Que delícia, Amanda. Obrigada, de coração.