Quando a morte acontece, até que a gente se acostume, ela se repete. Muitas e seguidas vezes. Ao acordar no dia seguinte, está lá a morte de novo. A cada lembrança, outra morte. E a morte de novo, de novo, de novo. E mais uma vez. Até que em nós ela morra de fato — e isso demora.
Quando você nasceu, filho, foi parecido. Só que era vida. Toda hora a vida de novo. A cada momento olhar e ver a notícia: você nasceu. Ainda hoje é assim. Vivo. Latente. Pulso.
Acho que, por ter desejado longamente a sua vinda, e por você ter vindo justo quando não pedi; até por essa lição que vem com a morte, à qual eu tinha que arranjar contraponto, tive a sorte de aprender: fazer da sua vinda uma alegria.
E fiz. E você fez. E faz. Uma alegria que não cessa. Só cresce e fica mais bonita.
terça-feira, 6 de abril de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
Feito coelho.
Chego em casa tarde e leio um bilhete da professora no caderninho da escola: "Amanhã é dia de colocar o coelhinho na toca. Cada criança deve trazer o seu coelhinho de pelúcia." Meia-noite e você não tem um coelhinho de pelúcia. Mas tem vários bichos amontoados em cima de uma cômoda, mais por obra da mãe que ainda é afeita a coisinhas macias. Fui dormir um pouco apreensiva: de que cartola eu tiraria esse coelho? De manhã cedo, quando você acordou, corri para o seu quarto. E respirei aliviada ao ver que aquele cachorro branco e felpudo, de orelhas compridas, tem um rabo meio esquisito. Será um cachorro com rabo cortado, como os cães de algumas raças? Decidi: hoje, ele é um coelho. "Toma, filho. Leva o seu coelhinho pra colocar na toca lá da escola." Você sorriu despreocupado. Eu também. Fica entre nós, filho.
sexta-feira, 26 de março de 2010
domingo, 14 de março de 2010
Sobre ele.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Essas coisas a gente tem que registrar.
Você cantando "Meu pintinho amarelinho":
meu pintinho amarelinho
cabe aqui na minha mão
quando quer comer bichinhos
com seus pezinhos
ele bate as asas
piu piu!!!!
Gostei. Pode cantar sempre assim.
meu pintinho amarelinho
cabe aqui na minha mão
quando quer comer bichinhos
com seus pezinhos
ele bate as asas
piu piu!!!!
Gostei. Pode cantar sempre assim.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Códigos.
– Você mora no meu...
– ... coração.
– Eu moro no seu...
– ...coração!
Eu falo, você completa. E sorrimos.
– Toca aqui, Mamãe. Valeu.
E assim vamos ficando cada vez mais cúmplices.
– ... coração.
– Eu moro no seu...
– ...coração!
Eu falo, você completa. E sorrimos.
– Toca aqui, Mamãe. Valeu.
E assim vamos ficando cada vez mais cúmplices.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Finalmente, filho.
O juiz expediu a averbação que reconhece o Gui como seu pai. Agora posso fazer a retificação do seu nome na certidão e incluir o do seu pai e os dos seus avós paternos. É seu presente de 3 anos, ligeiramente adiantado. Ou atrasado, dependendo do ponto de vista.
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