sexta-feira, 30 de abril de 2010

Amanhã, espero por você em BH.


Se você perdeu o lançamento do livro em novembro de 2008. Se você tem o livro e quer um autógrafo. Se você até hoje não havia conseguido comprar o livro. Se você quer dar uma passeio gostoso no feriado. Se você quer conhecer um café novo. Se você mora perto da Página 1. Se você quer me dar um abraço. Ou só porque amanhã é sábado. Apareça. A partir das 10h30, vou estar à sua espera. Um beijo.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

Mais cedo que eu esperava.

Brincando no meu quarto enquanto eu fazia preguiça na cama, você pergunta:

- Cadê o meu Papai?

Conto a história sem rodeios, diante do seu olhar não muito atento. Rapidamente você se distrai com outra coisa.

À tarde, estamos tomando um lanche no meu café predileto. Você diz, naturalmente:

- Eu fiquei muito triste que o meu Papai morreu. Fiquei muito bravo porque ele tá "morrido".

Senti o mesmo, filho. E, como você, expressei sem medir as palavras. É muito bom ver sua lucidez. Conheço gente de quase quarenta que até hoje não sabe dar nome ao que sente.

Bom começo, Francisco. Bom começo.

domingo, 18 de abril de 2010

Cicatrizes.

Você brincando com meu celular:

– Vou ligar, Mamãe. Ligar pro meu Papai.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Duas rodas.



No último domingo, fomos juntos andar na praça: eu, você e sua nova bicicleta. Nova e a primeira. Em pouco tempo, você foi pedalando até se distanciar de mim. Seguro e decidido sobre as duas rodas. Fiquei sentada assistindo você lá de longe. Meu menino crescendo. Como é possível, filho? O mundo e o tempo rodam rápido demais. E cabe tanto amor em cada segundo.

Ilustração: Anna Cunha.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ainda sobre.

Quando a morte acontece, até que a gente se acostume, ela se repete. Muitas e seguidas vezes. Ao acordar no dia seguinte, está lá a morte de novo. A cada lembrança, outra morte. E a morte de novo, de novo, de novo. E mais uma vez. Até que em nós ela morra de fato — e isso demora.

Quando você nasceu, filho, foi parecido. Só que era vida. Toda hora a vida de novo. A cada momento olhar e ver a notícia: você nasceu. Ainda hoje é assim. Vivo. Latente. Pulso.

Acho que, por ter desejado longamente a sua vinda, e por você ter vindo justo quando não pedi; até por essa lição que vem com a morte, à qual eu tinha que arranjar contraponto, tive a sorte de aprender: fazer da sua vinda uma alegria.

E fiz. E você fez. E faz. Uma alegria que não cessa. Só cresce e fica mais bonita.